domingo, 13 de julho de 2008

Mavecão Véio de Gerra - Parte III - O Fim


Pois é, acabou. O resultado não foi exatamente como eu queria, mesmo porque as ferramentas não foram exatamente as que eu gostaria de usar. Eu estava pensando em usar mais técnicas tradicionais manuais, como espirrar a tinta com pincel e escova de dentes, mas para a tinta branca fazer o efeito desejado, deveria ser espirrada por cima da retícula. Como não tenho retícula adesiva, acabei fazendo a mão apenas até a etapa anterior.

Usei as retículas do E-Frontier Manga Studio, software que venho desvendando a algum tempo, como podem conferir nos posts antigos. Exportei o material pro Adobe Photoshop, onde usei pincéis personalizados na ferramenta da borracha para emular os efeitos que os japoneses usam raspando as folhas de retículas originais. Depois, também com pincéis personalizados, eu fiz os borrifos de tinta preta e branca.

Mas, de qualquer maneira, adorei o resultado final.

Os japoneses têm a disposição, para produzir seus gibis, folhas adesivas com padrões de retículas de vários tipos, desde tons cotínuos em varias intensidades até degradês de vários tamahos, passando por texturas e outros desenhos. Elas são utilizdas para dar os meio-tons e proprcionar uma aparência bem realistas aos objetos e cenários nas histórias. Como os mangás, nome dado aos gibis de lá, são originalmente impressos em PRETO E BRANCO, esse recurso é muito útil. Se você ampliar a imagem, fica como a foto em um jornal ou um outdoor visto de perto.

As reticulas são um aspecto muito característico dos mangás. Contudo, tenho visto que são um aspecto negligenciado por artistas que dizem fazer mangá fora do Japão. Não que seja um problema, acredito que seja mais por falta do próprio material no mercado, como acontece aqui no Brasil. Mas de qualquer forma, a grande maioria faz personagens com muita influência do estilo, e esquecem que os cenários também são importantes. Olham a árvore mas não enxergam a floresta.

E eu estava fazendo isso... Até agora.

Agora que temos disponíveis softwares que produzem esse efeito, ninguém tem como desculpa a impossibilidade técnica. Nem eu. Sei que estou apenas dando um passo pra tras e vendo a árvore do lado, mas jão são duas...

Meu objetivo é alcançar o mesmo nível de detalhamento dos cenários dos melhores artistas japoneses. Somando isso à desenvolver uma técnica narrativa mais fluida e cinematográfica, terminando com uma integração mais graficamente harmoniosa das onomatopéias com os desenhos, estarei chegando perto do que se pode chamar de mangá.

Mas mesmo assim será um gibi, porque ele será produzido e lido, a princípio, aqui no Brasil, onde as histórias em quadrinhos são gentil e carinhosamente chamadas de Gibis.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Mavecão Véio de Gerra - Parte II


Depois de algum tempo, a segunda etapa deste desenho. Eu fiz a arte-final em nanquim, usando pincel no personagem e caneta técnica no carro. As hachuras de foco em volta do carro também foram feitas com pincel, a princípio com régua, depois à mão livre.

Essa etapa até que foi rápida apesar de requerer um capricho maior. Uma vez que se tem o desenho definido, o pincel proporciona uma boa velocidade no traço pois pode-se fazer as variações de espessura em uma passada só. Aliás, o segredo de uma boa hachura feita com pincel é o rítmo que se imprime no traçado. O mais trabalhoso foi desenhar os detalhes do carro, que simplifiquei bastante, mas sem deixar perder a riqueza.

Em breve colocarei aqui a última etapa.

Espero que gostem.